16 de julho de 2011

Crítica | Harry Potter e As Relíquias da Morte: Parte 2

Ufa! É isso o que o elenco todo tem a dizer – enfim terminamos. Mas mais do que isso, irão para casa com a sensação de trabalho cumprido. Já os tão apaixonados fãs dão um suspiro de adeus, dramático assim como os últimos momentos de Harry Potter e As Relíquias da Morte Parte II. Era justamente a combinação desses sentimentos que as salas de estréia concentravam, não somente por fãs fanáticos, mas por todos aqueles que acompanharam a longa saga até agora, afinal, foram dez anos de filmes.
.   Acho digno começar pelo elenco. Afirmo até agora (questão de opinião) que erraram na seleção do protagonista em 2000. De toda a composição do elenco, Harry Potter (Daniel Radcliffe) foi o que menos me impressionou, ao contrário de Neville (Matthew Lewis) que além de atuar de forma plena, apresentou grande evolução, tanto do personagem como do ator, ao longo dos dez anos. Em minha opinião Lewis desempenharia melhor Harry Potter que Radcliffe.
.   Já Hermione Granger (Emma Watson) e Ron Weasley (Rupert Grint) desempenharam bem seus papéis, suficientemente bem para que criticamente não chamassem a atenção.
.   A título de curiosidade, alguns papéis me pareceram bastante inversos, foram esses os papéis de Severo Snape (Alan Rickman) e Lord Voldemort (Ralph Fiennes). Ao contracenar, Rickman sempre deixou Fiennes abaixo. Sua voz áspera, postura fria e voz firme deixaram o personagem mais temido, submisso. Ao analisar os papéis singularmente, fizeram grande trabalho, principalmente, Severo Snape.
.   Em minha opinião crítica, o papel que ganha maior atenção (desde sua aparição) é sem dúvida, o desempenhado por Helena Bonham-Carter. Belatriz Lestrange é uma personagem dissimulada, completamente louca no que faz, nos gestos e na fala. Helena incorporou a personagem de pele, osso, carne e alma. Poderia até dizer que Helena é uma “Jack Nicholson do sexo feminino”, em relação à forma brilhante de desempenhar papéis dissimulados, é definitivamente um dom. Para não se firmar apenas nisso, na hora em que toma uma poção polissuco e Hermione Granger se torna a repugnante Belatriz, Helena se desdobra num corpo maquiavélico para interpretar uma alma doce. Conseguimos enxergar claramente Hermione na imagem translúcida de Belatriz. Apesar de pequena, sua participação foi marcante como atriz.
.   No geral o elenco teve um bom desempenho, nenhum personagem chegou a ser grotesco a tal ponto de interferir no filme, juntamente construíram uma ótima imagem do longa.
.   Já citados os principais papéis e os mais marcantes, devo seguir para a parte técnica. Os efeitos visuais do filme são inquestionáveis, praticamente da cena mais simples a mais trabalhosa, não foram economizados os efeitos, porém há uma pequena exceção. O primeiro take da cena onde Harry, Ron e Hermione encontram vassouras mágicas na Sala Precisa, o efeito deixou a desejar, deslizes notáveis de programação visual, mas nada que não se deixe levar, afinal, as demais cenas pareciam perfeitamente reais, com efeitos de tirar o fôlego. Em algumas partes até podiam ser ouvidos comentários do tipo “É como nos filmes de terror.”.
.   Apesar das tantas críticas citadas anteriormente, o filme mereceu os muitos aplausos dos créditos finais, arrancou muitas lágrimas e comoveu a todos. A saga de Harry Potter foi finalizada com “varinha de ouro”, como já citada em fonte alheia. O último longa da saga deve chamar atenção da Academia, pois o trabalho de toda essa equipe foi notavelmente árduo e recebeu apenas críticas positivas até agora. Não há um fanático que se encontre totalmente desolado por um mau filme, estão todos orgulhosos com Relíquias da Morte, todos satisfeitos e se há reclamações, essas mesmas são pequenas perto do número de elogios.
.   Harry Potter e as Relíquias Da Morte Parte II é o oitavo filme e não o primeiro da saga a ser positivamente notado. Acredito que, por merecimento, receberá o título de “clássico” e não passará despercebido pela história da sétima arte.

Nota: 8,5 bilhetes

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