8 de setembro de 2011

Crítica - Kagemusha : A sombra de um Samurai

O blog "A Bilheteria" conta a partir dessa semana, com análises sobre os filmes que passam no projeto "Tela Alternativa", capitaneado pelo Professor Antônio João Teixeira. O Projeto de cinema traz ao público filmes clássicos, poucos difundidos e especiais, como recentemente aconteceu a exibição de filmes de Alfred Hitchcock.
Entre a proteção e a ganân

A morte do guerreiro e que sustenta a guerra’, com essas palavras que minimizo a obra de Akiro Kurosawa, “Kagemusha : A sombra de um Samurai”, filme que relata um período medieval do Japão no sec. XVI dividido em três clãs. O chefe do Clã Takeda, Shingen Takeda (Tatsuya Nakadai) e o chefe mais habilidoso entre os clãs e um dos primeiros a avançar para a capital Kyoto. Porém Shingen sofre um atentado em uma ocupação dos territórios inimigos, e para não entregar o reino nas mãos de seu filho ou deixar que os generais dividam o reino, ele busca por um sósia, uma cópia para se disfarçar como chefe do clã. No inicio o sósia ‘Kagemusha’ que dá o título ao filme, apenas passava-se por Shingen para que ele não fosse às batalhas. No entanto Shingen fica gravemente ferido em uma invasão pela disputa da capital Kioto, e pede aos seus generais que se caso falecer devem esconder a sua morte por um período de três anos e abandonar a batalha de Kioto e retornar as suas terras.

Este sósia causa a transparência no fim do filme, que está repetitivamente a demonstrar o duplo. ‘Kagemusha’ é uma adaptação de um conto de Shakespeare, um dos autores mais importantes para Akiro. O filme tem muitos enlaces intensos com as cores, que é uma característica da fotografia dos filmes de Akiro. Os diálogos se mostram poéticos e diretos, deixando a entender que é um acessório ao filme, que busca preservar mais as imagens e movimentos dos personagens que o sustentam.

O momento que permite ao espectador provar os toques da ocidentalização dos filmes de Akiro é a cena em que o líder do clã rival, Sohachiro Tsuchiya (Jinpachi Nezu ) após dominar outro território pede a benção a um padre que vive no castelo. Depois de juntar o exército para outro ataque e ele também divide uma taça de vinho com um de seus aliados Leyasu Tokugawa (Masayuki Yui) e com esse artifício demonstra a existência de um Japão dividido culturalmente por uma guerra.

Todo o filme tem um toque místico vindo da trama. Até a derrota do clã Takeda, está todo envolvido pela sobrevivência espiritual de Shingen em dominar o Japão. Mais do que um filme de guerra “Kagemusha” sobrevive por ser um clássico e épico que está entorno dos sentimentos de poder dos homens.
Gildo Antonio

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