19 de setembro de 2011

Crítica | Na Natureza Selvagem

“I’m a Supertramp, and you’re a super apple!"
Rubens Anater
Quem é que nunca pensou em como seria cair na estrada com uns poucos pertences às costas? Quem é que nunca sentiu o cheiro da liberdade em uma brisa e quis segui-la, até o fim do mundo? Você não? Bem, amigo, parabéns. Você está totalmente adaptado à civilização. Uma pena. Pare de ler agora e volte para a prazerosa e cômoda hipocrisia da sua vida urbana, pois você não vai gostar nem pouco da crítica... Ainda por aqui? Então, lá vai.
Na Natureza Selvagem é baseado no livro homônimo de Jon Krakauer, e conta a história de Christopher McCandless, jovem que tinha o que muitos considerariam a “vida perfeita”. Nascido de família rica, recém-formado na faculdade, apoiado financeiramente pelos pais e condições para se enfiar em Harvard, terminar a formação acadêmica e se tornar um perfeito cidadão.

Entretanto, ele começa a sentir a hipocrisia da sociedade. Leitor de pensadores como Tolstói e Thoureau, McCandless não se contenta com pertences, poder e luxos civilizados então, doando seu dinheiro para uma instituição de caridade, abandona a civilização, adota o nome de Alexander Supertramp (tramp significa algo como vagabundo ou andarilho) e cai na estrada.

Portando nada além de sua mochila, ele viaja pelos Estados Unidos, México, Canadá e Alaska durante dois anos, mas o filme não é sobre uma aventura. É sobre querer algo e ir buscar, é sobre liberdade, é sobre “como é importante na vida não necessariamente ser forte, mas sentir-se forte, confrontar-se ao menos uma vez, achar-se ao menos uma vez na mais antiga condição humana. Enfrentar a pedra surda e cega a sós, sem ajuda, além das próprias mãos e mente”.

Além de uma história incrível, o filme conta com uma trilha sonora perfeita, composta e cantada pelo grande Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam. Os cenários e locações também são sensacionais e a filmagem consegue passar a sensação de liberdade que o protagonista devia estar sentindo. Por fim, a atuação foi impecável, até mesmo a Kristen Stewart – mocinha da saga “Crepúsculo” – que, com todo respeito, tem cara de alguém sofrendo, por três semanas, de prisão de ventre - desempenhou bem seu papel.

Na Natureza Selvagem é, facilmente, o melhor filme da minha vida. Sério, o desgraçado me emocionou, e isso não é nada fácil. Eu sou muito bom para criticar, mas me é sofrível elogiar algo. Ainda assim, só temo não ter sido capaz de passar toda a magnitude da obra para essa página.

Nota 9,5. Mas só por que um 10 pressuporia que não existe nada melhor por aí, e eu detesto admitir esse tipo de afirmação.

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