30 de setembro de 2011

Crítica | A Fita Branca


Confiante sobre suas convicções o povo de um vilarejo da Alemanha da década de 20, vive sobre
as raízes do moralismo e dos valores cristãos. No inicio confiante no projeto da modernidade pretendida por tantos teóricos no século XVII, mostra como esse conceito projeta o futuro a brutalidade humana e a violência social.

Michael Haneke, diretor de “A Fita Branca” demonstra toda a esfera social em que viviam o povo alemão antes do início da Primeira Guerra Mundial. Este filme também me lembrou a obra de Stanley Kubrick, “Glória Feita de Sangue”, onde uma grupo do exército francês e obrigado a cometer um ataque suicida em nome de seu general que almeja subir de cargo. A partir de uma analise mais aproximada, percebe que entre esses filmes pode-ser ver mais do que um simples violência física (no caso de “A Fita Branca” no vilarejo ocorre três formas de castigo: a primeira com o médico da cidade, a segunda com o filho do Barão que emprega metade da população, e o terceiro e com o filho do médico) mas a violência da ordem social, o psicológico, pode –se ver até um fundamento do totalitarismo nessas obras.

Voltando a analise do filme de Haneke, nos castigos aumentaram se o grau de crueldade para cada um deles. “A Fita Branca” e um filme experimentalmente envolvente sobre a realidade de uma moral própria da reflexão sobre a força dos gêneros, sendo que nesse vilarejo um dos diferencias do local é o gênero de cada um.

A história e narrada em off (apenas uma voz que relata sobre os acontecimentos do local) e quem faz essa narração é o professor do primário que viveu no vilarejo até o período da Primeira Guerra. Haneke mostra-se muito sensível na fotografia do filme que é todo em P&B (preto e branco, mas com um alto contraste em branco) além dos planos estáticos das cenas. Outra figura em destaque é a do pastor do vilarejo e também um dos fundamentadores do valor de uma disciplina autoritária e brutal.

“A Fita Branca” da mais visibilidade ao seu diretor, Michael Haneke do que os atores que interpretaram a obra. Tudo isso passa a apenas ser um representação de um período que nos custa admitir que realmente somos e realmente admitir a maldade que vêm do lugares mais inesperados. Acima da proposta “A Fita Branca” realça a o idéia de que a infância da Alemanha do século XX, está servindo como um futuro pais, onde a brutalidade vence a razão, levando a ponto de cometer o genocídio de apagar uma outra cultura tudo por uma raiva própria.

27 de setembro de 2011

Crítica | Em Busca da Terra do Nunca

“Young boys should never be sent to bed... they always wake up a day older.”

Saudações, assiduos (dois) leitores do A Bilheteria. Antes de qualquercoisa, gostaria de me desculpar pelo atraso da postagem. Supostamente, a crítica que segue deveria ter sido postada ontem... e o mundo deveria ter menos violência, as pessoas deveriam ser mais gentis umas com as outras e a cerveja brasileira deveriaser mais barata e menos aguada. Mas assim é a vida, o que se pode fazer?
Tendo isso dito, com vocês, mais uma crítica, totalmente imparcial, no seu, no meu e no nosso... A BILHETERIA!
(Nossa... Que ruim isso).
Todos conhecem a história do Peter Pan, certo? Pois bem, “Em Busca da Terra do Nunca” conta a história da criação dessa obra que permeia o imaginário de crianças (e adultos que ainda se dão ao luxo de sonhar) pelo mundo todo. Johnny Deep (nem preciso dizer quem o cara é) protagoniza o filme no papel de Sir James Matthew Barrie, autor da peça do menino que não queria crescer.
Antes de escrever sua obra-prima, Sir Barrie não estava indo muito bem no ramo de peças teatrais, ele não conseguia escrever nada que realmente cativasse. Suas produções pareciam vazias, sem alma ou sentido. Então, certo dia, enquanto sentado com seu cão e caderno em um banco de parque, a brincadeira de algumas crianças tomou sua atenção e trouxe à tona o lado infantil de seu espirito.

E assim o filme segue, Sir Barrie, casado e sem filhos, começa a passar grande parte de seu dia com as crianças, e com a mãe viúva deles. Como tudo isso acontece no raiar do século XX, pode-se imaginar as consequências de tal convivência.
Uma boa premissa, pode-se ver claramente a relação dos “personagens reais” com Peter Pan, Wendy e o resto da galera do conto infantil. As lições também são belas e muito válidas para a nossa vida atual, que não mais nos concede espaço para viajarmos pelo mundo da imaginação e vivermos um pouco mais felizes. Ainda assim, os 106 minutos do filme se arrastam em um drama exaustivo e desinteressante.
Até vale a pena ver, se você não tiver nada melhor pra fazer, mas é uma pena ver um filme que poderia ter sido tão bom, com atores brilhantes e conceitos belíssimos, ser desperdiçado desse jeito.
Com um aperto no peito por tal irreparável perda, concedo à “Em Busca da Terra do Nunca”, nota 5.

(Nem tão) novo cenário pro cinema nacional

Ok, esse post não é sobre o fato da Ana de Hollanda ter sido vaiada no primeiro dia do 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Eu só queria comentar que a ministra da cultura foi vaiada quando citada por Vladimir Carvalho, diretor do filme "Rock-Brasília: Era de Ouro", que abriu o festival ontem EEEE colocar essa foto dela que eu achei uma gracinha (né gente?).
É comum ouvir reclamações de que o cinema brasileiro não tem espaço, e comentar que filme nacional faz sucesso quando se trata de um tropa-de-elite-ou-cidade-de-deus-da-vida, por conta da vulgaridade da linguagem, mas essa realidade já não é mais atual. Sem entrar nos méritos de uma discussão sobre o cinema brasileiro, o Festival de Brasília, que está em sua 44ª edição, trouxe, este ano, um número recorde de participantes. O evento, voltado para cineastas apenas do Distrito Federal, divide-se nas categorias longa, curta e animação, e teve inscrições realizadas sem pré-seleção para não favorecer produtores e diretores mais experientes com relação aos mais amadores, principalmente quanto aos curtas. As exibições ocorrem entre os dias 27 de setembro e 3 de outubro com a entrada franca.
Mas, o importante é que, além de Brasília, há inúmeras outras iniciativas dentro do país, como o Festival de Cinema de Gramado ou o do Rio, que fornecem espaço para a cultura nas grandes telas. Uma dica é esse site aqui, que apresenta todos os festivais de cinema (ou ao menos quase todos). Procure um mais próximo da sua cidade (!).
E já que, provavelmente, você não pode ir ao festival de Brasília, acesse o site do evento e fique por dentro (risos) do que está acontecendo lá. Esse é o trailer do documentário que abriu o festival, na noite de segunda feira, 26.

25 de setembro de 2011

Estreias da Semana de 25/09 a 11/10

Aparentemente, eu não irritei o Jean o suficiente no último “Lançamentos da semana”, visto que cá estou eu, postando mais um. Então, se quiseres mesmo se manter atualizado dos lançamentos da indústria cinematográfica, e quiseres fazê-lo por intermédio do A Bilheteria, ainda vão ter de me aguentar nesse post.
  • AMIZADE COLORIDA (Friends With Benefits): Com uma premissa simples, semelhante à de Sexo Sem Compromisso, e um final que promete ser extremamente previsível, Amizade Colorida trará Justin Timberlake e Mila Kunis como amigos que resolvem fazer sexo, sem criar laços emotivos. A Bilheteria já possui um post sobre ele, então, para maiores informações, acessar http://abilheteria.blogspot.com/2011/09/amizade-colorida-friends-with-benefits.html (por Luiza Stemmler). Na minha opinião, ele promete uma boa diversão descompromissada.

  • PAUL (Paul): Comédia de aventura com uma ideia interessante. 
    Utilizando-se de referências e clichês de filmes de ficção cientifica extraterrestre, Paul cria um conceito totalmente diferente. A história tratará de dois nerds (Simon Pegg como Graeme Willy e Nick Frost como Clive Gollings), fãs de quadrinhos e ufologia, em uma “Road Trip” pelos lugares importantes para qualquer aficionado por extraterrestres. No caminho eles se deparam com um carro acidentado, dentro do qual os gordinhos encontram um alienígena baixinho chamado Paul (figura computadorizada com a voz de Seth Rogen), que pede uma carona para eles. Descobre-se mais tarde que o pequeno está sendo perseguido por alguns agentes misteriosos e que meteu Graeme e Clive em uma enorme encrenca.
  • FAMÍLIA VENDE TUDO: O único brasileiro da lista. Com um nome um tanto estupido, ele trata de uma família financeiramente quebrada que, como uma última cartada, tenta fazer com que sua filha, Lindinha (Marisol Ribeiro) engravide de alguém que os tire da lama. O escolhido é Ivan Cláudio (Caco Ciocler) cantor rico e famoso, conhecido como o Rei do Xique. Porém, Ivan é casado com a bela Jennifer (Luana Piovani) que, obviamente, não gosta muito da situação.

  • A HORA DO ESPANTO (Fright Night): O filme começa apresentando Charlie Brewster (Anton Yelchin), o protagonista, que finalmente se tornou popular. Namorando a garota cobiçada por todos e saindo com os novos amigos populares, ele chega ao ponto de desprezar seu antigo melhor amigo. De repente, para se contrapor à felicidade, se muda para a casa ao lado um cara um tanto estranho. Jerry (Colin Farrel) demonstra dissimulação e comportamentos anormais, percebidos por Charlie, que concluí que ele é um vampiro caçando nas redondezas. Uma comédia de terror que pode se mostrar divertida.
  • O CAMINHO DO GUERREIRO (The Warrior’s Way): Película neozelandesa produzida pela mesma galera que produziu a trilogia de Senhor dos Anéis. Pode-se afirmar que ele não se destaca pelos atores famosos que compõe o elenco – posto que muitos sejam um tanto desconhecidos –, mas pela prometida chuva de sangue no Velho Oeste Americano. O protagonista, Yang (Dong-gun Jang), se apresenta como um assassino profissional, que se recusa a matar uma criança indefesa. Como desertor, sua única alternativa é a fuga. Assim, ele escapa com a criança, que ele levou consigo para evitar que um profissional com menos escrúpulos terminasse o serviço. Se instalam em uma pequena cidade no Oeste dos Estados Unidos, que os acolhe calorosamente, mas seu passado não os abandona e os chefes de Yang não se mostram dispostos à suportar a afronta de uma deserção, passando, portanto, à caça-los.
E esse foi mais um “Lançamento da Semana”. O A Bilheteria agradece a preferência.

23 de setembro de 2011

Lista | Pedro Almodóvar

Pedro Almodóvar
.   Nesta sexta feira, completa 62 anos um dos grandes nomes do cinema mundial atual. O diretor e roteirista espanhol Pedro Almodovar Caballero deixa em seus filmes suas marcas sempre reconhecíveis. Cores fortes no cenário, diálogos ácidos, dramas familiares ou psicológicos e a relação entre sociedade e comportamento são algumas das marcas do diretor.  Sempre envolvendo questões polêmicas, como moral e preconceito, seus filmes se tornaram ícones de um cinema que busca retratar o real, sem exageros ou limitações.
.   O blog A Bilheteria listou seis filmes do diretor como recomendação para você curtir neste final de semana.

"Hable con ella" (Fale com ela, 2002), 
com Javier Cámara, Darío Grandinetti, Leonor Watling e Rosario Flores


Os quatro protagonistas em "Hable con ella"


.   Seu 14º filme é também seu melhor trabalho realizado até hoje. A trama centra-se na história de dois homens, um enfermeiro e um jornalista; e de duas mulheres, uma toureira e uma bailarina; que, por acaso, acabam se cruzando. Lídia e Alícia acabam sofrendo acidentes e entram em estado de coma. Marco e Benígno, que acabam se conhecendo no hospital, tornam-se as companhias delas. O filme traz à tona a característica principal de Almodovar: o entrecruzar de histórias em prol de duas ou mais reviravoltas durante o longa. O filme ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original em 2002 e figura em diversas listas entre os melhores filmes da história do cinema.


"Todo sobre mi madre" (Tudo sobre minha mãe, 1999), 
com Cecilia Roth, Antonia San Juan e Marisa Paredes

Manuela e seu filho em "Todo sobre mi madre"             


.   Um dos filmes mais emocionantes do diretor, "Todo sobre mi madre" conta  história de Manuela, uma mãe solteira que vê seu filho morrer a poucos metros de distância em seu 17º aniversário, atropelado ao tentar conseguir o autógrafo de uma famosa atriz. Manuela, então, desolada, resolve procurar o pai de seu filho, um travesti chamado Lola, que não sabe da existência do filho. O filme aborda temas complexos como AIDS, travestismo e existencialismo. Além de outros prêmios internacionais, o longa venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 1999.


"Carne trémula" (Carne trêmula, 1997), 
com Javier Bardem, Francesca Neri e Liberto Rabal

"Carne Trémula" debate fidelidade, deficiência física
e sexo de uma forma bela e complexa


.   Vítor, um jovem que acabara de perder a virgindade com Helena, uma junkie, num banheiro, vai atrás da garota, que trata o rapaz como apenas "uma transa". Após a insistência de Vítor, Helena saca uma arma e um tiro acontece. Ninguém é ferido, mas a vizinhança chama a polícia. Davi e Sancho formam uma dupla de policiais que acaba se encontrando com Vítor no apartamento de Helena. Durante a chegada dos policiais, Davi leva um tiro. Vítor é condenado a sete anos de prisão e Davi tem que reconstruir sua vida em uma cadeira de rodas. Indicado a diversos prêmios internacionais, incluindo o BAFTA de 1998, "Carne trémula" debate fidelidade, deficiência física e sexo de uma forma bela e complexa.


"Volver" (Volver, 2006), 
com Penélope Cruz e Lola Dueñas

Penélope Cruz na pele de Raimunda                 


.   Outro tema recorrente na obra de Almodovar é "mulheres". "Volver" é o melhor representante deste tema. É também seu filme mais famoso, e o mais aclamado pelo público. Conta a história de Raimunda e Sole, duas irmãs que acabaram de perder os pais e que voltam para sua casa de infância atrás de seus passados. Entretanto, duas outras mortes (a da tia das irmãs e a do marido de Raimunda) acabam complicando a vida das duas. Apesar de cenas ficcionais, com a do aparecimento de um espírito, o filme se coloca como uma narrativa do real, absurdamente bem construída, no que o próprio Almodovar diz ser "sua melhor forma". O filme garantiu uma indicação ao Oscar para Penélope Cruz, que interpreta Raimunda e foi o grande vencedor do Prêmio Goya 2007, o mais tradicional festival de cinema espanhol.


"Los Abrazos Rotos" (Abraços Partidos, 2009), 
com Lluís Homar, Penélope Cruz e Rubén Ochandiano
Lluís Homar e Penélope Cruz contracenam em "Los Abrazos
Rotos"

.   O último trabalho do diretor já lançado em DVD e blu-ray, "Los Abrazos Rotos" conta a história de um cineasta, Harry Caine, que há quatorze anos perdera a visão em um acidente de carro, ao lado do amor de sua vida, Lena, que morrera na ocasião. O filme viaja no tempo a partir do momento em que o aspirante a diretor de cinema Ray X entra na vida da Harry. Ray X, na verdade, é filho de Ernesto Martel, ex-marido de Lena, que era traído por ela com Harry Caine. O filme é um trabalho metalinguístico que aborda o cinema como um dos pilares para que se sustente a vida. O filme foi amplamente premiado na Espanha e recebeu uma indicação de Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro de 2010.

"La Piel Que Habito" (A Pele Que Habito, 2011), 
com Antonio Banderas e Elena Anaya

"La Piel Que Habito" chega em novembro ao Brasil
.   O mais recente trabalho do diretor tem previsão de estreia para 25 de novembro no Brasil. Baseado no romance "Tarântula", de Thierry Jonquet, o filme conta a história de um cirurgião plástico que deseja se vingar dos homens que violentaram sua filha. O filme foi apresentado no Festival de Cannes deste ano e foi muito elogiado. "La Piel Que Habito" entra em um gênero não tão explorado pelo diretor, o horror. Porém, o próprio Almodovar descreve o filme como "uma história de terror sem gritos ou sustos".

22 de setembro de 2011

Crítica | Amizade Colorida


Nós todos sabemos que Hollywood adora comédias românticas com finais óbvios, mas eles também sabem que essa é a fórmula perfeita pra um final de semana descontraído com a família ou os amigos.

Com estréia marcada para 30 de setembro nos cinemas brasileiros, Amizade Colorida (Friends With Benefits) traz Justin Timberlake e a indicada ao Globo de Ouro (Cisne Negro) Mila Kunis num romance divertidíssimo!

A trama narra a história de Jamie, uma caça talentos que após levar um fora, decide ficar “sentimentalmente indisponível” e acaba focando-se em seu trabalho, ou seja, conseguir fechar contrato com o talentoso e também solteiro, Dylan. Logo de cara os dois tornam-se ótimos amigos. Disponíveis e sentindo atração física um pelo outro, resolvem impor uma só regra: nada de sentimentalismo, só sexo. Mas será que isso realmente dá certo?

Justin Timberlake e Mila Kunis têm boas interpretações. Kunis apela pra garota extrovertida que não liga pro que diz(em). Timberlake se mostra mais tranquilo, mas é igualmente descontraído. A mistura dos dois resulta nesse super bem humorado que estará em cartaz no fim do mês. Vale a pena conferir!

21 de setembro de 2011

Imagem e Distorção: Watchmen OST

Filmes são feitos de imagens e emoções, porem não são nada sem uma trilha sonora adequada. O que seria, por exemplo, Titanic sem My Heart Will Go On da grande interprete Celine Dion. Grandes filmes possuem grandes trilhas sonoras, por essas e outras o Oscar de melhor trilha sonora , musica original e canção original sejam um dos mais disputados.
Esta coluna irá analisar, discutir, sugerir e trazer novidades sobre o mundo da musica dentro do cinema. Nesse primeiro post irei analisar a trilha sonora do filme Watchmen, uma das minhas favoritas.
Watchmen se passa nos anos 60 e não seria mais justo uma trilha sonora somente com musicas deste período. Nesta trilha sonora podemos encontrar clássicos do Bob Dylan, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Simon & Garfunkel, um cover de Desolation Row realizado pela banda de emocore My Chemical Romance e a linda musica Unforgettable de Nat King Cole.
Da música clássica com “Marcha das valquírias” ao rock psicodélico de Jimi Hendrix - passando pelo folk com Bob Dylan, o punk com o cover feito pelo My Chemical Romance, o funk/disco de KC & The Sunshine Band e as musicas de salão com Nat King Cole -, a Original Sound Track (OST) de Watchmen possui uma incrível elasticidade nos gêneros musicais presentes devendo agradar vários públicos. A OST também capta bem perfeitamente a cena musical da época que retrata.
A única infelicidade da trilha sonora é a não inclusão de 99 Luftballons na OST, infelizmente a musica tocada durante o filme não pode ser inclusa no álbum da OST. Somente podem ser inclusas musicas no álbum se o artistas permitir, infelizmente o estúdio só conseguiu autorização para a inclusão no filme, o que é uma pena. No mais a OST de Watchmen vale a conferida
Watchmen Original Soundtrack - 2009
  1. "Desolation Row" - My Chemical Romance
  2. "Unforgettable" - Nat King Cole
  3. "The Times They Are A-Changin'" - Bob Dylan
  4. "The Sound Of Silence" - Simon & Garfunkel
  5. "Me & Bobby McGee" - Janis Joplin
  6. "I'm Your Boogie Man" - KC & The Sunshine Band
  7. "You're My Thrill" Billie Holiday
  8. "Pruit Igoe & Prophecies" - Phillip Glass
  9. "Hallelujah" - Leonard Cohen
  10. "All Along The Watchtower" - Jimi Hendrix
  11. "Ride of the Valkyries" Budapest Symphony Orchestra
  12. "Pirate Jenny" - Nina Simone

Cinema Nacional em Foco

Cinema Nacional

Oscar 2012:
A primeira notícia sobre o cinema nacional que deve ser comentada é a indicação do filme Tropa de Elite 2 para o Oscar 2012. O filme dirigido por José Padilha concorreu com alguns outros longas de sucesso do país, como “Bruna Surfistinha”, “As mães de Chico Xavier” e “Assalto ao Banco Central”, porém foi escolhido por uma Comissão do Ministério da Cultura.
Preferido pelo público, o longa conta a trajetória de Capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, assumindo a subsecretária de Inteligência secretaria de segurança do Rio de Janeiro.

Cinema Brasileiro no Exterior:
Em Seoul na Coréia do Sul, a embaixada brasileira está organizando um festival com filmes nacionais, segundo o blog BomDiaSeoul. O Evento, que acontecerá no final de setembro, acontecerá na Seoul National University e apresentará filmes como Canudos, Villa Lobos e Central do Brasil.

Festival Indie:
Para quem está em São Paulo, uma boa sugestão é o festival Indie, que acontece no Cine Sesc e no Cine Olido . O evento conta com filmes de diversos países, como da Holanda e da Tailândia e faz uma retrospectiva de filmes do diretor Béla Tarr e da diretora Claire Denis. O Festival vai até o dia 29 de Setembro.

Mais festival:
Acontece em Brasilia a 44ª edição de um dos mais tradicionais festivais de cinema no país. O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro vai do dia 26 de Setembro ao dia 3 de Outubro. O evento contará com apresentações musicais, oficinas e premiações. O blog A Bilheteria acompanhará tudo que rolar no evento.
Para mais informações acesse o site do festival: http://www.festbrasilia.com.br/
Os próximos festivais importantes são os de: Rio de Janeiro, de 6 a 18 de Outubro, Braft que acontece em Toronto sobre filmes brasileiros, nos dias 30 de Setembro até 2 de Outubro e o 13º Festival de Curtas de Belo Horizonte, do dia 12 a 23 de Outubro.

20 de setembro de 2011

"Tropa de Elite 2" entra na corrida pelo Oscar 2012

O filme "Tropa de Elite 2", de José Padilha, foi o escolhido pelo Ministério da Cultura para representar o Brasil na disputa por uma indicação ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2012. O anúncio aconteceu na manhã desta terça feira, dia 20, no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. A produção, protagonizada por Wagner Moura (foto), vai concorrer a uma das cinco vagas para concorrer ao prêmio internacional.

A lista dos indicados pela Academia será divulgada no dia 24 de janeiroe e a premiação acontece no dia 26 de fevereiro, no Kodak Theatre, em Los Angeles, com apresentação do ator Eddie Murphy.

"Tropa 2" foi escolhido de uma lista de quinze filmes nacionais. Entre eles, "Bruna Surfistinha", de Marcus Baldini; "VIPs", de Toniko Melo; "Assalto ao Banco Central", de Marcos Paulo e "Trabalhar Cansa", de Juliana Rojas, exibido no Festival de Cannes deste ano.

Em 2010, o filme escolhido para representar o país foi "Lula, O Filho do Brasil", de Fábio Barreto, mas o longa não ficou entre os cinco indicados finais.

"Tropa 2" é o filme de maior sucesso da história do cinema brasileiro, tendo sido assistido por 11 milhões de pessoas nos cinemas, ultrapassando o recorde de "Dona Flor e Seus Dois Maridos", de 1976.


O filme de José Padilha será lançado em novembro nos Estados Unidos. Para Marcos Prado, produtor do longa, o timing de chegada do filme no mercado americano é bom, pois a publicidade consequente da exibição nos cinemas poderá ajudar a "seduzir" os membros da Academia.

19 de setembro de 2011

Crítica | Na Natureza Selvagem

“I’m a Supertramp, and you’re a super apple!"
Rubens Anater
Quem é que nunca pensou em como seria cair na estrada com uns poucos pertences às costas? Quem é que nunca sentiu o cheiro da liberdade em uma brisa e quis segui-la, até o fim do mundo? Você não? Bem, amigo, parabéns. Você está totalmente adaptado à civilização. Uma pena. Pare de ler agora e volte para a prazerosa e cômoda hipocrisia da sua vida urbana, pois você não vai gostar nem pouco da crítica... Ainda por aqui? Então, lá vai.
Na Natureza Selvagem é baseado no livro homônimo de Jon Krakauer, e conta a história de Christopher McCandless, jovem que tinha o que muitos considerariam a “vida perfeita”. Nascido de família rica, recém-formado na faculdade, apoiado financeiramente pelos pais e condições para se enfiar em Harvard, terminar a formação acadêmica e se tornar um perfeito cidadão.

Entretanto, ele começa a sentir a hipocrisia da sociedade. Leitor de pensadores como Tolstói e Thoureau, McCandless não se contenta com pertences, poder e luxos civilizados então, doando seu dinheiro para uma instituição de caridade, abandona a civilização, adota o nome de Alexander Supertramp (tramp significa algo como vagabundo ou andarilho) e cai na estrada.

Portando nada além de sua mochila, ele viaja pelos Estados Unidos, México, Canadá e Alaska durante dois anos, mas o filme não é sobre uma aventura. É sobre querer algo e ir buscar, é sobre liberdade, é sobre “como é importante na vida não necessariamente ser forte, mas sentir-se forte, confrontar-se ao menos uma vez, achar-se ao menos uma vez na mais antiga condição humana. Enfrentar a pedra surda e cega a sós, sem ajuda, além das próprias mãos e mente”.

Além de uma história incrível, o filme conta com uma trilha sonora perfeita, composta e cantada pelo grande Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam. Os cenários e locações também são sensacionais e a filmagem consegue passar a sensação de liberdade que o protagonista devia estar sentindo. Por fim, a atuação foi impecável, até mesmo a Kristen Stewart – mocinha da saga “Crepúsculo” – que, com todo respeito, tem cara de alguém sofrendo, por três semanas, de prisão de ventre - desempenhou bem seu papel.

Na Natureza Selvagem é, facilmente, o melhor filme da minha vida. Sério, o desgraçado me emocionou, e isso não é nada fácil. Eu sou muito bom para criticar, mas me é sofrível elogiar algo. Ainda assim, só temo não ter sido capaz de passar toda a magnitude da obra para essa página.

Nota 9,5. Mas só por que um 10 pressuporia que não existe nada melhor por aí, e eu detesto admitir esse tipo de afirmação.

17 de setembro de 2011

Estreias da Semana (de 24/08 a 01/09)

Querendo saber o que está rolando no cinema? Se manter por dentro das novidades e informado dos últimos lançamentos? Larga mão de ser chato e vai arrumar alguma coisa pra fazer!
Não, Jean*? Eu não posso postar isso? Ah, cara...

Bem, então... Lá vai. Cinco lançamentos variados para deixa-los esperando ansiosos pela semana que vem!
MANDA CHUVA - O FILME (Top Cat): Em nome da nostalgia e dos bons tempos que já se foram, esta é nossa primeira indicação. A animação traz de volta o saudoso gato amarelo Manda Chuva (voz de Jason Harris) e sua gangue. O Guarda Belo está com problemas e a turma dos gatos se propõe a ajudá-lo. Por mais que várias adaptações de desenhos para o cinema tenham decepcionado, eu acredito que o Manda Chuva, pela sua simplicidade, vai se mostrar um ótimo longa.

EU QUERIA TER A SUA VIDA (The Change Up): Comédia com uma proposta interessante. Dois grandes amigos de infância, Mitch (Ryan Reynolds) e Dave (Jason Bateman), tomaram rumos diferentes na vida. Dave casou, teve filhos e conseguiu um bom emprego, enquanto Mitch se tornou um solteirão inveterado, desligado de qualquer responsabilidade. Quando eles voltam a se encontrar, um vê na vida do outro a vida perfeita. Então, depois de uma bebedeira colossal, eles acordam de corpos trocados e “aprontam várias confusões na sua telinha”. Apesar da aparente quantidade atordoante de clichês, o filme vem sem muita presunção e parece ser capaz de fazer rir.

PREMONIÇÃO 5 (Final Destination 5): Genuíno representante das intermináveis sagas de terror que, por mais que encham o saco, ainda fazem a maior galera sujar as calças [Pô, Jean. Não posso postar isso também?] e são capazes de aterrorizar pessoas de todas as gerações. Eu não cheguei a assistir Premonição, nenhum deles, mas a premissa parece simples. Alguém tem uma visão de alguma tragédia que está para acontecer e consegue salvar algumas vidas. A morte não gosta da ideia de perder essas almas e passa à persegui-las, então o filme se desenrola em uma fuga da morte sempre presente.

A ÁGUIA DA NONA LEGIÃO (The Eagle): Mais um daqueles filmes que a tradução avacalha com o nome. Tipo, sério... Porque traduzir the Eagle para “A Águia da MALDITA Nona Legião”? Mas, deixando de lado o nome, a premissa parece boa. Eu sou suspeito ao falar, pois sou apaixonado por aço frio cortando a carne e sangue rubro jorrando filmes medievais e The Eagle parece ser um bom representante deles. O épico acontece no Reino Unido, do século II, quando dois homens, um senhor e um escravo põem à prova seus ideais de amizade e lealdade em uma missão “além do fim do mundo”.

SEM SAÍDA (Abduction): Sabe aquela sensação de que tudo o que acontece a sua volta é falso? Que toda sua vida foi programada por alguém? A sensação de que pessoas conspiram para conduzir tua vida? Então... Nathan Harper (Taylor Lautner, ator que perdeu a credibilidade comigo ao atuar em Crepúsculo) sente isso, até encontrar uma foto sua em uma lista de crianças perdidas. Assim ele percebe que tudo que ele vivera até então fora uma farsa, então, fugindo de seus invisíveis inimigos ele saí em busca da verdade e tenta tomar o controle da situação.
Por hoje é só pessoal, posto agora, me preparando para tomar esporro do Jean segunda-feira, mas... Sei lá... Meio que gosto de viver perigosamente.
Abraços. *O Jean é o nosso chefe aqui. Como criador do blog, devemos tudo isso a ele. Valeu Jean!

16 de setembro de 2011

Lista | Extraterrestres

O ser humano sempre teve um misto de fascínio e pavor pela ideia de vida fora da terra. E, ao mesmo tempo que parece ser impossível qualquer outro planeta, que não o nosso, ser habitável, é muito egocentrismo acharmos que somos as únicas riaturas racionais no universo, right? Pensando nisso, vários diretores já materializaram possíveis encontros entre humanos e extraterrestres por meio de filmes, nas últimas décadas. A variação entre o tom de humor e terror sobre a temática do conflito de espécies gera resultados curiosos, no mínimo exóticos. Para curtir o final de semana, aqui estão as dicas de outro mundo:



E.T. - The extra-terrestrial, 1982: Impossível pensar em vida fora da terra e não lembrar do simpático E.T. que se tornou um dos maiores clássicos do cinema. O filme, dirigido pelo Spielberg, foi o primeiro a passar da marca de 700 milhões de dólares de bilheteria e ganhou quatro Oscars das nove indicações que recebeu (dentre outros prêmios).
O filme conta a história de Elliot (Henry Thomas), um menino que encontra o ET perdido (?) na terra e resolve ajudá-lo a voltar pra casa. O filme conta ainda com a participação da little Drew Barrymore. O clássico recebeu uma versão digitalizada em 2002 para comemorar 20 anos do lançamento do filme e é uma ótima opção para ver com a família. As crianças vão adorar.


The 4th Kind, 2009: uma estratégia que é utilizada de maneira cansativa pelos diretores é falar que algo é baseado em fatos reais, que utilizou vídeos verdadeiros, etc. Ainda tem gente que acredita (!), mas isso não vem ao caso.
O filme Contatos de 4º Grau recebeu uma ampla divulgação com a premissa de se tratar de um documentário explicando sobre abduções na cidade Nome, no Alasca. O fato gerou polêmica por conta do número de desaparecimentos no local (como se no resto do mundo pessoas não desaparecessem), e, por fim, a Universal reconheceu que criou os virais (como uma página com a biografia da protagonista do filme) para divulgação.
A história é sobre Abigail Tyler, uma psicóloga que percebe o mesmo comportamento em três pacientes: acordar 3h33 da manhã sendo observado por uma coruja branca. A partir da investigação da psicóloga, esse contato de 4º grau (a abdução em si) é revelado.
O filme conta com Milla Jovovich interpretando a Dra. Tyler e a coruja que fez a Edwiges no Harry Potter, e foi um sucesso moderado. Essa é uma ótima opção para quem, como eu, adora um bom suspense.


Mars Attacks!, 1996: A forma como o tema é abordado sempre faz toda a diferença, Tim Burton que o diga. Com a mais fiel reprodução do ET verde de olhos gigantes, o diretor fez uma ótima comédia envolvendo nosso planeta vizinho, Marte. Deu a louca nos marcianos e eles resolveram fazer da terra o "parque de diversões" deles, matando geral.
O filme conta com um elenco forte: Jack Nicholson, Glenn Close, Pierce Brosnan, Annette Bening, Jim Brown, Lukas Haas, Tom Jones, Rod Steiger, Natalie Portman, Martin Short, Sarah Jessica Parker, Michael J. Fox, Sylvia Sidney, Pam Grier, Brian Haley, Jack Black, Paul Winfield, Brandon Hammond, Jerzy Skolimowski, Danny DeVito, Lisa Marie, Christina Applegate, Joe Don Baker e Barbet Schroeder. Você deve conhecer pelo menos 5 nomes que estão aí. Sobra humor nas cenas de interação entre humanos e marcianos.


The Fifth Element, 1997: Sou fã da Milla Jovovich, e ela parece ser fã de ET's, por isso ela aparece duas vezes aqui. O Quinto Elemento é dessas sessões noturnas da TV aberta, mas não se deve deixar desvalorizar por conta disso. No filme, o ano é 2263, o planeta terra está prestes a ser destruído, e só a união de quatro pedras (que representam os elementos água, ar, terra e fogo) com o quinto elemento (a própria extraterrestre Leeloo, interpretada pela Milla) podem salvar o planeta. Destaque para o herói, Bruce Willis, e o vilão, Gary Oldman, que nem ao menos se encontram durante o filme todo. O filme possui efeitos especiais muito bem produzidos, e de quebra ainda conscientiza a população sobre o rumo que a terra está tomando.




Cowboys & Aliens, 2011: O filme mistura faroeste com high tech, em 1873, aliens feios e brutais buscando ouro e abduzindo pessoas e muitas cenas de ação bem produzidas. Baseado na novela gráfica homônima, produzida em 2006, o filme foi dirigido pelo Jon Favreau (que dirigiu Iron Man I e II).
A atuação fica por conta do trio Daniel Craig, Olivia Wilde e Harrison Ford. O filme estreou nos cinemas semana passada.

15 de setembro de 2011

Crítica | A Inquilina

Péssimo roteiro inviabiliza boas atuações
Matheus Lara

O interesse mercadológico está evidente em “The Resident” (A Inquilina), primeiro longa de Antti Jokinen, o finlandês diretor de videoclips de artistas como Celine Dion, Kelly Clarkson e Anastacia. A fórmula do suspense previsível já teve provas suficientes de que é eficaz. O roteiro obscuro ligado a nomes famosos e tudo isso inserido em uma produtora de renome é sucesso garantido.
É isso que acontece em “The Resident”, que conta a história de Juliet (Hillary Swank), uma mulher que, após flagrar o marido na cama com outra, resolve mudar de vida começando pelo lugar onde mora. Assim, acaba se mudando para o prédio de Max (Jeffrey Dean Morgan). A tensão do filme, de início, é mais para o espectador do que para a personagem, uma vez que nós é que somos álibis do que está para acontecer. Juliet, então, percebe uma presença estranha no apartamento e descobre, com o tempo, que Max é um voyeur meio psicótico que quer possuí-la (esse é o termo certo) de qualquer forma. “The Resident” tem cara de Tela Quente.
Quanto ao enredo, o filme pode ser dividido em três partes. A primeira, mais melosa, conta a história do ponto de vista da personagem de Hillary Swank, a mocinha que está sofrendo com as perturbações do desconhecido. A segunda parte, que oscila entre o mais interessante e o insosso a cada minuto, conta a mesma história do ponto de vista do voyeur, Max, o que deixa o filme com cara de drama psicológico por uns dois ou três minutos.
A troca de perspectiva pode causar estranhamento, mas isso, querendo ou não, é o ponto alto do filme. Na primeira parte, estamos preocupados com a personagem feminina, que pode estar próxima de ser atacada por algo que não sabemos o que é. Já na segunda, quando viajamos com Max por suas obsessões (em um jogo de câmera muito bom, diga-se de passagem, créditos a Guilhermo Navarro), torcemos para que ele, o vilão, não seja pego pela mocinha.
A terceira e última parte do filme é quando acompanhamos o derradeiro encontro do casal quando tudo já está revelado. Isto é um fato suficientemente razoável para que esperemos algo surpreendente, que poderia contar, por exemplo, com a ilustre presença do sombrio personagem de Christopher Lee.
Lee tem uma passagem ridícula e indigna no filme, pra não dizer desnecessária. Contrato puramente comercial. Fazer a ligação dos estúdios Hammer e Christopher Lee, mais a ganhadora de dois óscars Hillary Swank foi mais uma jogada inteligente que serve para desviar a atenção do roteiro e da direção medíocres.
Outro personagem que poderia fazer um estrago bacana no filme, e que é usado só pra... Pra quê mesmo?... É o do marido traidor de Juliet, Jack, interpretado por Lee Pace, que aparece na mesma velocidade que some. O pecado do roteiro, portanto, é não investir em novas problematizações. Logo que o grande segredo é revelado, no meio do filme, o espectador começa – com razão -, a esperar uma grande reviravolta, mas acaba se decepcionando com o sumiço do que poderia ser um ponto chave na valorização do enredo (os personagens de Lee Pace e Christopher Lee), e com a continuação de um roteiro simples que caminha apenas para o esperado.
Com tudo isso, quem mais se prejudica em “The Resident” é a menina de ouro Hillary Swank, que tem seu talento desperdiçado em uma personagem que só não é interessante por falta de valorização do tudo que a rodeia.

Pontos altos: Câmeras acompanhando o vilão na troca de perspectiva
Pontos Baixos: Roteiro, direção e péssima utilização do elenco            
Surpresas: Nenhuma 
Nota: 2,5 bilhetes

Matheus Lara
imagens: imdb.com 

Crítica | Ace in the Hole


Desculpe leitor por deixar um título extremamente repetitivo e óbvio sobre o filme “A montanha dos sete abutres” (título original, Ace in the Hole). Mas a explicação para esse título é que ele está servindo como uma menção em defesa as entidades jornalísticas. A princípio o filme do diretor Billy Wilder, é sobre um repórter veterano, Charles Tatum (Kirk Douglas), que após ser demitido de todos os grandes jornais impressos dos EUA, se refugia na cidade de Alburqueque, Novo México, em busca de emprego em um jornal local. Tatum acreditava que com apenas dois meses ele conseguiria uma grande reportagem e poderia voltar aos grandes circuitos da imprensa.

Porém passa se um ano e Tatum continua trabalhando no jornal de Jacob Q. Boot (Porter Hall) em Alburquerque e não conseguiu a grande reportagem que desejava. Mas em uma saída a campo para noticiar sobre uma corrida de cascavéis, Tatum e o novato repórter Herbert Cook (Robert Arthur) descobrem que um morador, Leo Minosa (Richard Benedict), ficou preso em uma mina em busca de relíquias indígenas. No entanto Tatum utiliza do sensacionalismo e do seu poder como jornalista para chantagear as autoridades locais e passa a ser o único correspondente sobre o caso. O resgate de Leo que estava previsto para levar 12 horas (tempo para levantar as paredes caídas da mina), passa a ser feito em seis dias pela vontade e até a ganância de Tatum em conseguir mais informações e também porque finalmente ele havia encontrado a sua grande reportagem, o seu trampolim aos grandes jornais. Porém o que deveria ter terminado como uma história feliz acaba triste com morte de Leo no quinto dia da escavação e previsivelmente Wilder nos dá o gosto de vingança com a morte de Tatum ao final do filme.

“A Montanha dos sete abutres” parcialmente me levou a lembra da critica feita na semana passada sobre o filme “Kagemusha: A sombra de um samurai” de Akiro Kurosawa, em que também explorei sobre como a ganância humana pode prejudicar um grupo social. No entanto Wilder não pretende questionar os valores do jornalismo, ou julgar o sensacionalismo, mas talvez esteja apenas identificando que existe uma reconfiguração da realidade conforme a imprensa noticia um acontecimento. Diria sobre a ambientação da ética jornalística das redações, Wilder explorar mais em seu filme “Primeira Página”, porém a caracterização da imprensa marrom (como vulgarmente é conhecida a imprensa sensacionalista) não está aproximando a reflexão de que sensacionalismo é mentira, ao contrário o próprio Tatum em nenhum momento mente sobre o caso, mas seu erro foi utilizar de uma mídia para se fortalecer e colocando em risco a vida de outro.

A não receptividade de “A Montanha dos sete abutres”, está na prática de pensar que o público jamais aceita que ele é um simples voyeur. Isso Wilder mostra de maneira irônica e dramática ao mesmo tempo. Wilder vive essa constante eficácia das manipulações, eu arrisco a considerar que na realidade o público jamais entendeu as preocupações e até as atitudes de Tantum.

Outra curiosidade desse filme é sua exibição ser próxima aos 10 anos do ataque do 11 de setembro que não seria uma condição de noticia sensacionalista, mas apenas uma ‘espetacularização’ dos acontecimentos. O que existe na noticias e uma busca do público sempre por um bem e um mal, por um vilão e um mocinho, e, no entanto Wilder nos dá um vilão carismático, bonito e cheio de autopiedade de seus atos. Wilder já deixou muitos clássicos ao seu público, e com “A montanha dos sete abutres”, inaugura uma nova fase ao Cinema Noir hollywoodiano e é claro desvendado mais da realidade de forma bem dramática e romanesca.
Gildo Antonio

13 de setembro de 2011

Crítica | Casa de Areia


Em 1910, Vasco (Ruy Guerra) sai de casa com sua esposa, Áurea (Fernanda Torres) e sua sogra, Dona Maria (Fernanda Montenegro) em busca de novas terras, no Maranhão. Após longo tempo de caminhada, a expedição se dá conta de que estão cercados por quilômetros de areia e resolve partir. Vasco, contrário à vontade do resto da expedição, e também de sua família, resolve ficar e força as duas mulheres a aceitar o paraíso seco como moradia. Na construção da simples residência, Vasco vem a morrer

Abandonadas, as duas mulheres saem à procura de ajuda e encontram Massu (Seu Jorge), homem que sempre viveu no local e que as ajuda com mantimentos.Ao desenrolar do filme, Torres e Montenegro enfrentam situações de perigo e uma natureza instável.
Com incrível atuação, as grandes atrizes brasileiras interpretam mãe e filha, como na vida real, pela primeira vez e durante três gerações no longa. Vencedor do Grande Prêmio Cinema Brasil e do Sundance Festival, Casa de Areia, de Andrucha Waddington, definitivamente é um filme de orgulho nacional e que vale a pena ser assistido. Confira!

Crítica | Piratas do Caribe: Navegando em águas misteriosas

Jean Marcel

Mais um piratas do Caribe? Parece que isso é a opinião de todos quando terminam de assistir os filmes da saga. Os pontos e fios soltos, talvez nem todos tão intencionais, dão essa sensação. Sem fugir da regra, Piratas do Caribe 4 ainda sim consegue se destoar do mar de incoerência dos dois filmes anteriores.

Enquanto nos filmes 2 e 3 da saga, a história parece fugir das mãos de Gore Verbinksi (The Ring, The Rango), no 4º filme a coesão de enredo evidencia uma melhora nas mãos de Rob Marshall (Chicago, Memoires of a Geisha). Mesmo como os já citados fios soltos, a trama se desenvolve sem maiores problemas.

O principal destaque é, como sempre, a atuação de Johnny Deep na pele do Capitão Jack Sparrow. No longo ele atinge o ápice de sua transfiguração, deixando cômico até mesmo algumas cenas que tendiam a monotomia. A duvida fica em saber se, no caso de provaveis possíveis continuações, o personagem não irá saturar, ou se ele ainda será capaz de segurar um filme com cenas que ficam entre o orgasmo até o ócio. Resta saber como anda o pique, a vontade e o folego de Deep para essas possíveis continuações. As atuações mais destacáveis, além de Deep, ficaram por conta de Geoffrey Rush (The King's Speech, Munich) como Capitão Barbossa, Sam Claflin (The pillars of the Earth) como o missionário Philip Swift e Kevin Mcnally como o fiel escudeiro de Sparrow, Joshamee Gibs. A participação de Keith Richards, novamente como pai de Sparrow, apesar de timida, trouxe um aspecto interessante para o continuar do filme, tanto pelo “ator”, quanto pelo personagem.
Não só pela atuação, mas Penelope Cruz fez os fãs da sagas sentirem um pouco de saudades de Keira Knigthley. Nem de longe o personagem interpretado pela espanhola tem o mesmo carisma que Elizabeth Swann. A quimica, tão esperada entre Penelope e Deep, parece não acontecer de forma que parecesse algo a mais no filme, como Keira conseguiu, salvando até certo ponto os filmes anteriores, tanto com Deep, como com Orlando Bloom.
Para quem ainda não assistiu, não espere um clássico do cinema, apenas um longa para perder um tempo. O filme consegue satisfazer por um tempo, mas deixa os fãs de cinema mais intrigados em saber como será o "futuro" da saga.

Nota: 6,5 Bilhetes


Jean Marcel

10 de setembro de 2011

Lista | 11 de setembro

Dez anos atrás, uma grande tragédia assombrou todo o mundo, um bando de fanáticos religiosos, com colhões de aço, sem compaixão ou humanidade, mas cheio de ódio, teve a coragem de atacar, aberta e cruelmente, a maior potência do mundo. Em 11 de setembro de 2001, dois aviões se chocaram contra o World Trade Center, nos Estados Unidos da América. O assunto, à época, foi transmitido incessantemente, e é pauta todo ano.
É certo que todos conhecem bem a história, e que muitos não aguentam mais ouvir falar no assunto. Entretanto, não queremos aqui entrar em discussão moral ou politica, ou dizer se é válido ou não continuar batendo nessa tecla. Aproveitamos apenas a época para lembrar que alguns bons filmes foram feitos em lembrança da tragédia. Assim, cumprindo a função determinada ao post de sábado, trago-lhes cinco filmes que remetem ao assunto.

As Torres Gêmeas – Nicolas Cage encarna o policial, real, John McLoughlin, que, junto a alguns companheiros, ficou soterrado nos destroços das Torres Gêmeas enquanto trabalhava na evacuação da área depois dos choques. O filme retrata a luta dos policiais pela sobrevivência no meio dos destroços e o desespero dos amigos e familiares que estão do lado de fora.

· Voo United 93 – Além dos dois aviões que atingiram o World Trade Center, um outro acertou o Pentágono “de raspão” e um quarto foi sequestrado, tendo como prováveis alvos o Capitólio americano ou a Casa Branca. Os passageiros deste último, ao perceberem as intenções dos sequestradores, reagiram. A película trata dessa batalha de homens e mulheres comuns que não se deixaram derrotar pelo medo.

· 11 de Setembro – Esse filme francês é a coletânea de 11 curtas-metragens, dirigidos por 11 diferentes diretores. Cada um deles dando um aspecto diverso da tragédia. Vale pela pluralidade de sua produção, dirigindo olhares variados e até mesmo contrastantes do acontecimento.

· Fahrenheit 9/11 – Dirigido e estrelado por Michael Moore, esse documentário trata, de uma maneira deveras polêmica, das causas e consequências dos atentados, insinuando que a família Bush e o governo estadunidense estivessem, de alguma maneira, por trás dos ataques.

· 11/9 – Um golpe de sorte dos irmãos franceses Jules e Gedeon Naudet, que estavam em Nova Iorque registrando a rotina dos bombeiros da cidade quando o ataque começou, conseguindo, assim, fazer as primeiras imagens do atentado. O documentário ganha mais alguns pontos por ser apresentado pelo grande Robert De Niro.

8 de setembro de 2011

Aumenta a arrecadação de cinema nos Estados Unidos

Fim do Cinema? Os Dvds e a Internet acabarão com o mercado cinematográfico? Os números desse verão (No hemisfério norte) comprovam que está longe disso acontecer. Pelo quinto ano consecutivo, o mercado girou acima de 4 bilhões de dólares. Nesse ano, depois de um aumento de 1% comparado ao ano passado, os bolsos dos investidores do ramo recebeu 4,4 Bilhões de dólares, aproximadamente 7 Bilhões de reais.

O aumento se deve ao aumento do preço dos ingressos, devido aos lançamentos em 3D . Grandes lançamentos também ajudaram o mercado nessa temporada, como Smurfs, Capitão América e Transformers.

Crítica - Kagemusha : A sombra de um Samurai

O blog "A Bilheteria" conta a partir dessa semana, com análises sobre os filmes que passam no projeto "Tela Alternativa", capitaneado pelo Professor Antônio João Teixeira. O Projeto de cinema traz ao público filmes clássicos, poucos difundidos e especiais, como recentemente aconteceu a exibição de filmes de Alfred Hitchcock.
Entre a proteção e a ganân

A morte do guerreiro e que sustenta a guerra’, com essas palavras que minimizo a obra de Akiro Kurosawa, “Kagemusha : A sombra de um Samurai”, filme que relata um período medieval do Japão no sec. XVI dividido em três clãs. O chefe do Clã Takeda, Shingen Takeda (Tatsuya Nakadai) e o chefe mais habilidoso entre os clãs e um dos primeiros a avançar para a capital Kyoto. Porém Shingen sofre um atentado em uma ocupação dos territórios inimigos, e para não entregar o reino nas mãos de seu filho ou deixar que os generais dividam o reino, ele busca por um sósia, uma cópia para se disfarçar como chefe do clã. No inicio o sósia ‘Kagemusha’ que dá o título ao filme, apenas passava-se por Shingen para que ele não fosse às batalhas. No entanto Shingen fica gravemente ferido em uma invasão pela disputa da capital Kioto, e pede aos seus generais que se caso falecer devem esconder a sua morte por um período de três anos e abandonar a batalha de Kioto e retornar as suas terras.

Este sósia causa a transparência no fim do filme, que está repetitivamente a demonstrar o duplo. ‘Kagemusha’ é uma adaptação de um conto de Shakespeare, um dos autores mais importantes para Akiro. O filme tem muitos enlaces intensos com as cores, que é uma característica da fotografia dos filmes de Akiro. Os diálogos se mostram poéticos e diretos, deixando a entender que é um acessório ao filme, que busca preservar mais as imagens e movimentos dos personagens que o sustentam.

O momento que permite ao espectador provar os toques da ocidentalização dos filmes de Akiro é a cena em que o líder do clã rival, Sohachiro Tsuchiya (Jinpachi Nezu ) após dominar outro território pede a benção a um padre que vive no castelo. Depois de juntar o exército para outro ataque e ele também divide uma taça de vinho com um de seus aliados Leyasu Tokugawa (Masayuki Yui) e com esse artifício demonstra a existência de um Japão dividido culturalmente por uma guerra.

Todo o filme tem um toque místico vindo da trama. Até a derrota do clã Takeda, está todo envolvido pela sobrevivência espiritual de Shingen em dominar o Japão. Mais do que um filme de guerra “Kagemusha” sobrevive por ser um clássico e épico que está entorno dos sentimentos de poder dos homens.
Gildo Antonio