17 de maio de 2012

Adaptação | O Nevoeiro


                    Após serem vítimas de uma forte tempestade, os moradores do pequeno vilarejo de Maine vão ao mercado local munir-se de um possível imprevisto. No lugar comenta-se a respeito da misteriosa névoa que toma conta da cidade ; o incomum efeito natural começa a assustar a população quando um morador desesperado afirma que já há algo de sobrenatural no fenômeno. Ao notar que a situação está realmente séria, os moradores se vêm obrigados a abrigar-se no mercado. Entre os “isolados” está David (Thomas Jane), artista local e seu filho, uma fanática religiosa, Sra. Carmody (Marcia Gay Harden) e outra habitante local, Amanda Dunfries (Laurie Holden).
                A adaptação cinematográfica é do livro do aclamado Stephen King, veterano em roteiros adaptados. King é muito rigoroso quanto às adaptações de suas obras e quando insatisfeito, não se acanha em reclamar. É o que aconteceu com O Iluminado de Stanley Kubrick. Surpreendente e felizmente não é o caso de O Nevoeiro, Stephen King até mesmo afirma “invejar” o novo desfecho criado por Frank Dabarton.
                O Nevoeiro possui a espécie de roteiro insustentável que, se não moldado pelas mãos certas, pode acabar em uma catástrofe, é o que acontece com metade dos filmes fantasiosos, futurísticos ou de terror. Porém, Frank e Stephen foram sábios, dá pra sentir que a névoa em si, é apenas um argumento criado para que a quarentena pudesse ser criada. O foco principal é a limitação e o poder do psicológico humano.
                É nesse ponto que a polêmica se desenvolve. A fanática Sra. Carmody possui a crença cega em sua religião e procura justificar e argumentar biblicamente os bizarros acontecimentos nos dias de quarentena dentro do supermercado. Achando-se no direito de poder julgar os moradores como bem entender, ela causa transtorno e caos, o que acaba colocando um contra os outros. É em torno desse confronto de princípios que ambas as obras giram em torno.
                       Quanto aos efeitos especiais, o filme deixa um pouco a desejar no que diz respeito a misteriosa criatura que habita a "névoa", tentáculos gigantes e muito sangue forçam o propósito. Por outro lado, a praga de insetos (afinal, de onde ela veio e o que moluscos tem a ver com insetos???) foi muito bem feita, dando a ideia da realidade dos pequenos bichinhos.
                O longa de 2007 é do tipo regular, filme que te mantem entretido durante a tarde e o leva a reflexão de temas polêmicos, como a religião nesse caso, porém, a obra em si não é marcante, é esquecível logo após a saída do cinema (ou da sala de tv).

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