15 de maio de 2012

Crítica I Educação



 Ela é norueguesa, é amiguinha do Lars von Trier e ela sabe como fazer “drama”, Lone Scherfig dirige Carey Mulligan em “Educação”, filme de produção norte americana e inglesa de 2009.



No filme que lança Carey Mulligan, ela interpreta uma garota de 16 anos, estudante de um colégio católico, que vive com os pais e com as expectativas deles. Em 1961, eles esperam que ela torne-se uma mulher independente através da educação superior, e a fazem, entre outras coisas, decorar lições de latim, tudo para ela conseguir uma vaga na Universidade de Oxford, entre uma lição e outra, a garota espera a vida adulta ter inicio e poder cuidar do seu próprio nariz.


Nesse meio tempo, Jenny (Carey Mulligan – Wall Street: O dinheiro nunca dorme) conhece um homem, mais velho que ela que vive numa vida “burguesa e invejável”, na qual estudos formais são dispensáveis. Vida social agitada, festas, bebedeiras e amigos instantâneos, essa era a vida pela qual Jenny apaixonou-se e a qual seus pais desaprovariam, mas assim como David (Peter Sarsgaard – Homem Aranha 2) seduziu Jenny, encantou também Jack(Alfred Molina), o pai dela.



Essa película de uma hora e trinta e cindo minutos de duração é um bom drama, não é perfeito, mas não é ruim, esse filme é literalmente feito das memórias de uma garota. É baseado no livro autobibliográfico da jornalista Lynn Barber, são memórias sinceras, palpáveis e puras.


Jenny fica injuriada com a vida quadrada e sistemática que seus pais planejaram, ela revela-se, discute com a professora e com a diretora de seu colégio, viaja para Paris sem se preocupar com nada além da sua própria diversão, David mostra a bela mulher que há dentro dessa garota e Lone mostra que atriz incrível que existe dentro de Carey, atriz que se desenvolve cada vez mais em todo filme.


A trilha sonora é bem situada nos anos 60, na era pré-Beatles e pré-Rolling Stones, o Reino Unido era invadido por músicas americanas, mas essa não é o perfil da protagonista, ela é uma garota romântica, que procura na música o seu próprio sentimento, por isso a presença da música francesa da época e a música clássica.



Assim como a trilha sonora, a caracterização é incrível, figurino, maquiagem, penteados e os cenários são realísticos e não são exagerados. Assim como a maneira que Jenny “foge” dos padrões paternais, ela não é radical ao ponto de queimar sutiãs, mas ela impõe-se.


Logo ela descobre que as pessoas perfeitas e incríveis amigas de David, assim como ele próprio, não são pessoas tão boas afinal. Conclui que a vida é feita de etapas, e que ultrapassá-las resulta mais em dor de cabeça do que em facilidade, justificando com uma própria citação do filme: ”a vida não é feita de atalhos”.


A película recebeu três indicações ao Oscar 2010, e deu o Bafta de Melhor Atriz por Carey Mulligan e Melhor Filme Segundo a escolha do público no Festival Internacional de Sundance em 2009. Esse é um filme bom, que retrata a juventude pressionada dos anos 60 que iria logo explodir, desvencilhar-se dos padrões de seus pais e criar suas próprias regras, mas o que ela questiona mesmo é o peso da educação forma comparada com o aprendizado da vida. E para você, o que educa melhor? O erro dos outros ou o seu próprio?

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