8 de agosto de 2012

Alternativo I Tudo Sobre Minha Mãe


Feminilidade, maternidade, lembranças, aliás, mais que isso, o filme de 1999, de Pedro Almodóvar, “Tudo sobre a minha mãe”, fala sobre gênero e amor.

Repleto de cores fortes e fotografia marcante, a película se passa em Barcelona, Espanha, com o retorno de Manuela (Cecilia Roth, uma das musas de Almodóvar). Logo no início, um personagem memorável, daquele tipo que você chora de orgulho, Agrado (Antonia San Juan, ‘La Chica’, 2005), cujo maior desejo da vida é “agradar a todos” é apresentado, sendo “salvo” da agressão física pela amiga Manuela a qual não via há 18 anos, além de Agrado, nos é apresentado também, Lola. Lola é definida como “um machista com tetas”, é aquele tipo de “pessoa-furação”, vem, vê, vence (destrói tudo) e some. Lola, Agrado e Manuela se conhecem dos velhos tempos, desde o começo da “carreira” de Agrado e Lola na prostituição.

A última pessoa a ver Lola pela cidade, foi Rosa (Pernélope Cruz, ‘Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas’, 2011), uma assistente social meio esquisita que acabou grávida, esse não é um personagem muito definido, ela não se decide se é infantil ou madura, e isso me incomodou um pouco. Um personagem muito forte, é Huma Rojo (Marisa Parede, ‘El espinazo del diablo’, 2002), uma atriz de teatro, que interpreta Blanche, na peça “Um Bonde Chamado Desejo”, detalhe fundamental no filme, tanto pelo enredo, quanto pela densidade e intertextualidade.

Manuela, após chegar a Barcelona, para contar uma notícia desagradável para Lola, acaba trabalhando como assistente de Huma, que com o desenrolar da história, descobre-se parte da vida de Manuela. Eu realmente não quero entrar em detalhes da trama do filme, é uma boa trama, não consideraria um drama, por ser extremamente real, palpável, deixo o enredo a ser desvendado por vocês, e juro, é uma bela história de amor.

É um ótimo “documentário”, uma película sensível (típica de Almodóvar), sobre amor e gênero, deixa claro que todos podem ser amados por uma mãe, seja ela mulher ou homem, biológico ou sentimental, não dando relevância ao sexo, mas sim ao sentimento de ser mulher e saber amar.

E eu aprendi a amar Almodóvar. 

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