9 de junho de 2013

Crítica | The Great Gatsby

Não teve crítico que não comparasse The Great Gatsby à Moulin Rouge e Romeu + Juliet, filmes também dirigidos pelo excêntrico Baz Luhrmann. Não se pode negar, Great Gatsy é um espetáculo visual e sonoro do início ao fim. Contudo, esse exagero acaba diminuindo a narrativa tão perfeitamente escrita por Scott Fitzgerald. Na época em que o livro foi publicado (1925), as ironias e o cinismo de Fitzgerald recaiam sobre os excessos inconsequentes, as loucuras e o crescimento econômico norte-americano – mais especificamente em grandes centros como Nova York. Essa parte, tão importante para se entender o contexto da obra, não foi muito explorada durante o filme – talvez mais nas primeiras cenas, quando tentava-se construir um cenário para o filme.

Apesar de não ser a primeira adaptação do clássico literário, Great Gatsby é pela primeira vez explorado tão profundamente no lado emocional. Luhrmann pede que seus espectadores se apaixonem incondicionalmente pelo triângulo amoroso, pelo amor fantasioso de Gatsby, e principalmente todo o cenário extravagante, muito bem coordenado com a trilha sonora – que tenta unir a música pop atual com as antigas canções de jazz e blus que rodeavam os bares dos anos 20 – possuídora de intérpretes como Lana Del Ray, Jay-Z, Beyoncè, Florence e Gotye. Tal qual as festas exuberantes de Gatsby, o filme de Luhrmann convida as pessoas para uma experiência diferenciada, dependendo apenas de você para aproveitá-la.

O que torna o filme mais passional são as atuações de Leornardo Di Caprio e Carey Mulligan. Ambos trazem uma ambiguidade emocional de seus personagens de uma maneira que nem mesmo os leitores de Fitzgerald poderiam sentir. A dualidade do caráter de Gatsby e a falta de decisão de sua amada são despejadas em cada cena entre Di Caprio e Mulligan.

A falta de profundidade na narrativa e a não crítica ao mesmo processo de desenvolvimento exacerbado que vemos atualmente – devido, principalmente, à globalização – fez com que o filme ficasse com um ar apenas deslumbrante, visualmente e sonoramente, faltando um toque mais profundo na literatura de Fitzgerald. Luhrmann deveria ter se lembrado de uma das partes da obra: “Você não pode repetir o passado” e esquecido um pouco de seus outros filmes na construção de Great Gatsby.

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